sábado, 25 de janeiro de 2020
Enterro dos ossos
Poesia é Arte e Cultura
Marcia Ruth Kanitz
Professora - poeta
Obra: Floclore Nacional - Festas, Bailados, mitos e Lendas.
Autor - Alceu Maynard Araújo 1964. Ed. Melhoramentos
Enterro dos Ossos - Não Confundir com o enterro-do-ano-velho, folguedo tradicional da Bahia que pode ser considerado o prelúdio do carnaval, por causa dos mascarados e das brincadeiras que se assemelham aos desse divertido coletivo.
É comum, chamar-se enterro dos ossos à reunião festiva que se faz no dia imediato, a uma festa grande, para liquidar o que sobrou dos comes e bebes, com comezaina e bebedeira.
Na região do boiadeiro, em plena quaresma, no primeiro domingo para quebrar o jejum e tristezas, préstito carnavalescos de fantasiados com roupas negras e caveiras brancas pintadas, percorria as principais ruas de Corumbá (E. de Mato Grosso).
Na antiga região cafeicultura tinha outra forma, outro significado. Era uma espécie de desforra alimentar. A quaresma é a época de abstinências e comedimentos, depois a Semana Santa com jejum obrigatório, hoje muito abrandado, em chegando a Páscoa, todos comiam a valer para ressarcir das abstinências. Surge então o enterro dos ossos. As sobras dessa festa, proporcionam outro dia no dia imediato, quando serão enterrados os ossos.
Certamente tal costume revive o da Idade Média, em que, chegada a Páscoa, os barões e senhores feudais comiam e bebiam muito. Contudo, por mais que comessem e bebessem ainsa sobravam algumas migalhas que distribuíam aos vassalos, servos da gleba, aos empregados, e estes, como era natural se refestelavam com os ossos que sobravam.../alegres, satisfeitos, dançavam, pulavam e, em cada ano, era introduzida uma novidade, uma pitoresca a mais, nota essa que acabou caracterizando aquela festa singular que divertia os próprios senhores, satisfeito com a alegria de seus súditos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)



Nenhum comentário:
Postar um comentário